Por Cássia Abreu
Silêncio.
Silêncio.
E mais silêncio.
O som da chuva lá fora.
A sua respiração aqui dentro.
O dia parecia estranho. Incompleto.
Resolvi correr, caminhar. Chegar mais perto do mar.
A brisa.
O som da água de encontro às pedras.
O burburinho das pessoas.
O motor dos carros.
Queria um banho de chuva, mas ela só caiu depois que cheguei em casa.
Dia estranho. Enstranho dia.
Passei o dia esperando.
Mas o que eu queria ainda não chegou.
Não estou preocupada, não mais.
Mas ainda me sinto estranha.
Vaga.
Flutuante.
Não há mais som nenhum.
Mas ainda ouço uma flauta,
A chuva na janela.
O SILÊNCIO!
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